Boas ideias para a composição da gallery wall no décor de interiores
- Redação

- 21 de ago.
- 6 min de leitura
A dupla do escritório Frezza e Figueiredo Arquitetura e Interiores fala sobre a relevância de combinar quadros de diferentes tamanhos, estilos e propostas
Frezza & Figueiredo Arquitetura e Interiores
Além de agregar beleza, incluir quadros na decoração desperta a curiosidade e revela muito sobre o morador: seu estilo de vida, preferências e interesses pessoais. Uma gallery wall, no entanto, vai além da estética: ele pode contar histórias, explorar uma mesma temática ou até surpreender com combinações que só se revelam quando os elementos são reunidos em um único contexto.
Na arquitetura de interiores, as obras de arte, que abraçam desde a pintura, fotografias e gravuras, seguem presentes nos projetos tanto expostas sozinhas ou nas conhecidas gallery walls, que condensam uma seleção de peças que denotam um repertório somado a diferentes referências.

Na elaboração deste living, os profissionais investiram nas dimensões generosas do ambiente para realizar uma gallery wall com obras diversas. A execução acompanhou a paleta de cores do ambiente e um jogo de assimetria com os diferentes formatos dos quadros. “A área nos permitiu ousar”, revelam. A composição de luminária de piso com cúpula, além da arandela direcionável e o trilho no teto com spots, valorizou as obras.
Foto: Carolina Mossin
De acordo com os sócios do escritório Frezza & Figueiredo Arquitetura e Interiores, o arquiteto Gabriel Figueiredo e o designer de interiores Fabricio Frezza, a produção dessa galeria de arte carrega a união de vários olhares. “A composição dos quadros sempre é pensada para prender a atenção, surpreender e dialogar com quem a observa”, dizem.
Esse diálogo revela memórias, transmite sentimentos, emoções e a personalidade do projeto que, por sua vez, entrega o modo de vida e de se expressar do morador.

Foto: Carolina Mossin
“Admirar a arte é fundamental e a intenção é sempre provocar alguma emoção”, conta a dupla. Junto com o resultado estético, além de contemplativo, que a galeria de arte traz para o ambiente, ela explora várias linguagens e estilos, e o trabalho de colocar uma obra ao lado da outra devem vir acompanhadas de sutileza e equilíbrio.

Foto: Carolina Mossin
Inspire-se nas dicas e projetos da dupla Gabriel Figueiredo e Fabricio Frezza, do escritório Frezza & Figueiredo, que dominam esse recurso com criatividade e personalidade.

Neste dormitório, o arquiteto Gabriel Figueiredo e o designer de interiores Fabricio Frezza organizaram a gallery wall acima da cabeceira e utilizaram com bossa outros elementos como esculturas e objetos de design autoral. Foto: Carolina Mossin

Com a base escura da madeira que reveste as paredes, Figueiredo e Frezza criaram uma gallery wall em sintonia com o aparador de vidro e itens decorativos. Entre os destaques, a foto ‘Tesão no Forró do Mario Zan’ (1977), da conceituada profissional de fotojornalismo Nair Benedicto, e a tela ‘Natureza-morta com moringa, jarra e castiçal (1973), do pintor Arnaldo Barbosa. Foto: Carolina Mossin

No gallery wall que antecede a sala de jantar, a icônica cadeira Bola de Latão, da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi. Projeto Frezza e Figueiredo Arquitetura e Interiores.
Fotos: Carolina Mossi

Com uma atmosfera minimalista, o duo de quadros com moldura e maxi-paspatur escolhido pelo arquiteto e designer do escritório Frezza e Figueiredo Arquitetura e Interiores é acompanhado pelo Espelho Chuva de parede retangular, de autoria de Leo Romano.

Com a leveza dos tons de bege presentes na parede, marcenaria, piso e no mobiliário, a composição dos quadros considerou a assimetria na diversidade de tamanhos. A abertura de vidro que emoldura o paisagismo também entra como mais uma obra de arte nesse projeto elaborado pelo escritório Frezza e Figueiredo Arquitetura e Interiores.
Foto: Felipe Araújo

Aqui, os quadros e adereços foram dispostos no nicho de marcenaria, acompanhando o estilo limpo da cadeira de design. Foto: Carolina Mossin
Dicas para compor sua gallery wall
(Com informações da www.molduraminuto.com.br)
Composições simétricas
Indicadas para ambientes mais formais, minimalistas ou clássicos, as composições simétricas seguem uma organização linear, com quadros do mesmo tamanho ou proporção. Alinhar os quadros pelo centro, pela parte inferior ou superior cria uma estética organizada e sofisticada.
Composições orgânicas
Mais livres, espontâneas e criativas, as composições orgânicas misturam tamanhos e estilos de quadros, com espaçamentos variados. Ótima opção para ambientes modernos e descolados, permitem mais ousadia e fluidez visual.
Composições temáticas
A ideia aqui é explorar uma narrativa visual, como uma gallery wall só com fotos de família, obras monocromáticas, temas botânicos ou citações inspiradoras. Elas têm coerência conceitual e criam um enredo visual interessante.
Passo a passo da montagem
Escolha do estilo
Defina o estilo geral que deseja seguir: clássico, moderno, retrô, minimalista ou afetivo. Isso ajuda a selecionar tanto os elementos quanto os tipos de moldura e disposição.
Definição do local
Escolha uma parede que possa receber destaque visual. Paredes de corredores, salas de estar, cabeceiras ou escadas são locais ideais para uma gallery wall bem construída.
Escolha das molduras e tamanhos
Mix de molduras pode criar um visual dinâmico. Quadros com passe-partout aumentam a sofisticação. Aposte na mistura de tamanhos: pequenos, médios e grandes para mais movimento e interesse visual.
Planejamento e composição das obras
Antes de furar a parede, simule a composição no chão ou use moldes de papel kraft para visualizar o resultado. Meça espaçamentos e alturas para garantir harmonia e alinhamento.
Dica: o espaço entre os quadros deve ser uniforme (entre 3 a 6 cm) e a composição deve ocupar, no mínimo, 2/3 da largura do móvel embaixo dela.
Ajustes necessários
Nem sempre a primeira tentativa é a final. Permita-se testar, ajustar, substituir obras e adaptar espaçamentos até encontrar a disposição perfeita.

Hotel Amado, ambiente e Frezza e Figueiredo para a CASACOR São Paulo 2025. Foto: Carolina Mossin
O que considerar ao montar uma gallery wall?
Montar uma gallery wall vai muito além de pendurar quadros na parede. Trata-se de um processo criativo que exige sensibilidade visual, planejamento estratégico e atenção a detalhes técnicos que, juntos, garantem um resultado harmônico, sofisticado e personalizado. Para que sua composição tenha equilíbrio, estilo e impacto visual, é fundamental considerar alguns aspectos essenciais que orientam desde a escolha das peças até a instalação final.
Planejamento da composição
Antes de qualquer furo na parede, o primeiro passo é planejar a composição no papel ou no chão. Uma boa dica é recortar moldes em papel kraft no tamanho exato de cada quadro e fixá-los na parede com fita crepe. Isso permite visualizar a disposição, testar diferentes configurações e corrigir eventuais desproporções antes da montagem definitiva.
Além disso, defina um ponto central da composição — pode ser o quadro principal ou o de maior tamanho — e a partir dele organize os demais elementos. Essa referência ajuda a manter a coerência visual e evita que a composição “escorregue” para um dos lados.
Alinhamento e proporção na sua gallery wall
Um dos erros mais comuns ao montar a sua própria galeria é negligenciar o alinhamento entre os quadros. Mesmo em composições assimétricas ou orgânicas, é importante manter uma linha imaginária — horizontal, vertical ou central — para garantir que a parede não fique visualmente desalinhada.
Em composições simétricas ou em grade, o rigor no espaçamento entre os quadros é ainda mais importante. Use régua, nível e fita métrica para manter distâncias iguais entre as molduras. Um espaçamento médio entre 3 e 6 cm costuma funcionar bem, mas isso pode variar conforme o tamanho das peças e a área disponível.
Equilíbrio visual e variação de tamanhos
Para que a sua gallery wall seja visualmente agradável, é essencial buscar equilíbrio entre os diferentes tamanhos e formatos de quadros. Misturar molduras pequenas, médias e grandes é uma ótima estratégia, mas é preciso cuidado para não concentrar todos os quadros grandes de um lado e os menores de outro — isso pode desequilibrar a composição.
Uma dica eficaz é imaginar a parede como um todo, como se fosse uma única imagem. Todas as molduras devem “conversar” entre si e se conectar como partes de um conjunto, mesmo que cada peça tenha sua individualidade.
Coesão de cores e estilo
Ao montar sua gallery wall, considere a paleta de cores do ambiente e o estilo da decoração já existente. As molduras, imagens e até mesmo o passe-partout devem dialogar com esses elementos para criar unidade visual.
Você pode optar por uma paleta monocromática, para um visual mais elegante e moderno, ou mesclar tons complementares que tragam energia e personalidade ao espaço. O importante é que haja uma intenção estética por trás da escolha das cores e não uma mistura aleatória que possa causar ruído visual.
Se preferir ousar, uma ótima opção é manter as molduras no mesmo estilo (como todas pretas e finas, por exemplo) e variar o conteúdo das imagens. Ou o contrário: padronizar as imagens e brincar com molduras diferentes — desde que tudo esteja em harmonia com o restante da decoração da casa.

Foto: Carolina Mossin




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