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Casa Zalszupin

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • 30 de set.
  • 3 min de leitura

A Casa onde residiu o arquiteto polonês radicado no Brasil Jorge Zalszupin é um roteiro imperdível para quem quer conhecer mais a arquitetura e o design nacionais


Visitar a Casa Zalszupin é ser transportado para os anos 1960. Os espaços com formas orgânicas, forros de pinho de riga ou de troncos de eucalipto e piso em jacarandá abrigam móveis desenhados pelo arquiteto polonês Jorge Zalszupin.



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A Casa Zalszupin foi projetada por Jorge em 1960, construída em 1962, e seu lar desde então até seu falecimento em 2020. Desde 2021, a ETEL e a Almeida & Dale Galeria de Arte abrem as portas da casa para a criação de um espaço cultural a fim de fomentar a cultura com exposições, palestras, aulas e pesquisas, tal como a proteção do acervo e patrimônio do designer. O objetivo é transformar a residência em um centro de referência, documentação e difusão desse acervo de grande importância cultural, para futuramente ser sede do Instituto Jorge Zalszupin.


Localizada em um bairro arborizado de São Paulo, a casa mal pode ser vista da rua, pois está aninhada por uma imensa árvore centenária. A arquitetura de Zalszupin remete tanto às influências escandinavas quanto às brasileiras. “É uma casa onde ele experimentou muito com referências diferentes, mesclando-as, desde elementos tradicionais brasileiros, como os tratamentos de paredes em estuque bruto, até o teto curvo de madeira com aspecto escandinavo”, explica a designer Etel Carmona. 



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Os interiores têm uma sequência cuidadosamente orquestrada de contrações e expansões espaciais, tetos baixos que dão lugar a espaços de pé direito duplo e aberturas que calibram cuidadosamente as vistas e as luzes com um efeito mais envolvente e uma sensação geral de abrigo.


Os materiais e revestimentos da casa — equilibrando formas orgânicas e precisão construtiva — refletem as experiências vividas pelo arquiteto, que soube fundir a tradição escandinava ao modernismo brasileiro. Assim como o mobiliário exposto, que é testemunho simultâneo da história do design no país e da vida íntima de um dos maiores ícones do design e arquitetura brasileiros. Aqui, os objetos funcionam como portais que materializam tempos e memórias: experiências pessoais que, ao mesmo tempo, reverberam toda uma época e permanecem vivas até hoje.



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Quem foi Jorge Zalszupin

O jovem Zalszupin foi seduzido pela arquitetura aos 15 anos, atraído em uma livraria por um exemplar com pequenas letras LC (Le Corbusier) impressas em dourado na capa de juta.


Estudou durante a guerra e, quando se formou, em 1945, desiludido com a destruição que viu em sua cidade polonesa, partiu em busca de outras terras. Depois da França, veio para o Brasil, onde encontrou condições para desenvolver sua arquitetura ímpar, poética, sensual e moderna.



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Para que os clientes aceitassem suas ideias arrojadas, teve de construir primeiro sua própria casa. Daí, desenhar o mobiliário que se adequasse à sua arquitetura foi uma consequência natural.


As madeiras disponíveis, a avidez pelo novo do pós-guerra e a onda desenvolvimentista no Brasil daquele período eram condições ideais para que suas criações fossem muito bem aceitas pelas cabeças mais abertas.



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Mais adiante, aquele mobiliário de linhas puras, execução primorosa e materiais nobres, confortável e atemporal foi industrializado. Sua marca L’Atelier espalhou-se por quase todo o Brasil e seus showrooms eram referenciais de modernidade. Em Brasília, nos anos 60/70, não havia prédio público que não tivesse a sua marca. Na fábrica, uma estrutura de primeiro mundo mobilizava designers, arquitetos, engenheiros, artesãos e toda uma gama de profissionais que colaboravam desde a pesquisa de materiais até o produto final, acabado e comercializado.



Acompanhe as exposições da Casa Zalszupin

Até o dia 4 de outubro, é possível visitar a exposição Fantasmagoria na Casa Zalszupin. 


Visitas para a Casa e para a exposição são gratuitas e devem ser agendadas pelo site www.casazalszupin.com


Na exposição Fantasmagoria, organizada em colaboração entre Carlos/Ishikawa, Etel e Almeida & Dale, peças do mobiliário original da casa — onde Jorge Zalszupin viveu com sua família por quase seis décadas — dialogam com obras de artistas de reconhecimento internacional. É como se visitássemos uma casa cujos moradores acabaram de sair: o ar ainda carrega ecos de conversas passadas; o brilho da madeira guarda o calor dos corpos que por ali estiveram; e cada móvel parece conter a memória tátil de quem o manejou.A residência modernista habitada por Zalszupin torna-se aqui um corpo vivo, testemunha silenciosa e palco para interações entre as memórias que carrega e aquelas evocadas nas obras de Marlene Almeida, Korakrit Arunanondchai, Steve Bishop, Josiane M.H. Pozi e Issy Wood. 


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