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  • Foto do escritorLuiza Oliva

De olho no teto

Atualizado: 17 de out. de 2023

A criatividade é o limite quando se trata de valorizar o forro de um ambiente


Seja com cores, uso de madeira, vigas aparentes em concreto ou materiais diversificados, como tecidos, tapetes, treliças ou vime, os tetos cada vez mais se destacam na arquitetura.


Nem sempre o usual forro de gesso precisa ser o preferido. A arquiteta Vinícia Brandão comenta que gosta de explorar a amplitude dos espaços, por isso acaba utilizando bem pouco o gesso no forro de seus projetos. “Em alguns casos pontuais até entramos com o gesso, quando o cliente pede essa linha um pouco mais clássica. Até porque o gesso oferece vantagens, por exemplo, trazer aconchego, esconder uma tubulação ou unificar um desnível no teto. Mas de maneira geral, na maioria dos projetos deixamos a laje com pé direito alto. Ou usamos cor, ou descascamos e deixamos o concreto aparente.”



Essa última opção, segundo Vinícia, é a preferida especialmente quando o cliente quer um projeto mais rústico, de aspecto industrial, e quando ele gosta da textura do material aparente. É importante, para a arquiteta, que o cliente se identifique com esse estilo. “O material por si só já tem uma beleza e traz um aconchego. Quando o cliente se identifica com essa linha, deixamos aparente. Na sala, ou num hall de entrada, ou até mesmo em dormitórios. Já usamos em todas as situações.”

Já a madeira a profissional reserva para forros de casas de campo, com pé direito alto, explorando assim a altura e o desnível do telhado. “Nesses casos a madeira aquece e dá aconchego. Mas conforme a cor e o tamanho do ambiente, recomendo cuidado especialmente se a madeira for escura, para não dar sensação de pé direito mais baixo”, diz.

Por outro lado, Vinícia não vê limites para o uso das cores nos forros e conta que já pintou forros de salas, quartos, banheiros. “Importante é saber usar e trazer para o cliente a sensação que ele deseja”, pondera.


No apartamento das três fotos acima, localizado no charmoso bairro paulistano de Santa Cecília, @viniciabrandaoarquitetura usou e abusou do concreto aparente, dos tijolinhos, dos materiais simples em suas versões ao natural. “Assumimos os materiais como eles são, com personalidade e rusticidade”, resume. Lajes, pilares e vigas foram mantidos com o concreto aparente. O hall de entrada ganha destaque pela porta antiga, pintada de amarelo. “Meu cliente tem muitos móveis e objetos de decoração, itens interessantes e com história. Meu maior desafio foi projetar reutilizando tudo que ele tinha. E ele queria cores, texturas, materiais diversos”, conta. Vinícia define o estilo do apartamento como Boho, exatamente pela mistura de estilos. “É como uma mescla de estilos, romântico, vintage, tudo junto”, diz.

Fotos: @leila.viegas



Efeito cenográfico

Com mais de 30 anos de trajetória, a arquiteta @consuelojorge recentemente viveu um desafio: a reforma da agência de propaganda Almap. A recepção de 75m² é um espaço minimalista e o mais impactante da agência, encantando os visitantes na sua chegada. Consuelo deu destaque para um elemento simples, o lápis, que remete à criação dos profissionais da agência. A instalação no forro foi inspirada em uma obra de Luiz Hermano e foi construída com 33 mil lápis de madeira na cor natural voltados para o piso. Conforme a posição em que é vista a instalação traz a sensação de movimento, surpreendendo o visitante.

O piso da entrada é revestido em porcelanato Portobello de grandes dimensões (1,20 x 1,20m) dando a impressão de um grande monolito, que se une ao balcão em Neolith na mesma tonalidade, iluminado por um painel de tecido executado pela DressAll. Nas laterais, brises em laca branca fosca instaladas a 45 graus direcionando o olhar do visitante para o balcão de entrada. Estes brises foram executados pela Marcenaria Cardoso de Andrade e são destacados por iluminação indireta no piso de projeto luminotécnico de Elaine Pires para Allure. Poltronas e mesas laterais de Jader Almeida compõem a mobiliário minimalista do ambiente.

Fotos: @denilsonmachadomca



Nas mostras de decoração

As últimas mostras de decoração são a prova de que os tetos estão ganhando destaque nos ambientes. Mais do que rebaixos em gesso para receber a iluminação e esconder instalações, outras soluções estão sendo adotadas.

Na CASACOR São Paulo 2023, o Living Alma Brasileira, da arquiteta @julianacascaes.arq, tem justamente no forro um ponto de imponência para o espaço. O MDF Oásis da linha Essencial Wood da Duratex 15mm foi recortado no padrão inspirado no famoso “piso paulista”, usado nas calçadas paulistanas e criado em 1966 pela artista plástica Mirthes dos Santos Pinto e baseado no mapa do estado de São Paulo. O teto é retroiluminado e foi executado pela Arte Wall Tecidos Autoadesivos em conjunto com a Marcenaria MP. O Alma Brasileira recebeu peças do design nacional, como a poltrona Fardos, de Ricardo Fasanello, e a cadeira Hotel, de Zanine Caldas. A cortina remete a um cristal com seus inúmeros veios, feitas por bordadeiras cearenses exclusivamente para Juliana Cascaes, criada e assinada pelo estilista e ícone da moda, Lino Villaventura. Foto: Favaro Jr.



A arquiteta @carlafelippi_arquiteta assinou a Casa Mykonos, que abrigou o MYK Restaurante, na última CASACOR São Paulo. O espaço, de 345 m2, propôs uma incrível jornada pelos sentidos, por meio da deliciosa culinária, da arquitetura moderna e do estilo de vida característico da bela ilha grega de Mykonos. O bar recebeu um home theater como apoio para servir drinks, com sofás e mesas de desenhos sinuosos. Já o teto se destacou pela composição de 90 cortinas de tecido de algodão cru, que formavam ondas ao sabor do vento, como a inspiração grega. Fotos: Favaro Jr.



Outros exemplos da valorização dos tetos vêm da CASACOR Rio. No Piano Bar de @paulanederarquitetura, o forro recebeu lambe-lambe do Coletivo MUDA. Paula conta que ficou encantada com um lambe-lambe (trabalho em papel colado) que o Coletivo desenvolveu para um programa da Globosat. “Afinal essa é uma técnica rápida e viável para estampar qualquer superfície. Então pensamos: que tal colocar no teto? Eles adoraram a ideia e o resultado ficou incrível. Em tempo: dependendo do tamanho da parede o lambe-lambe pode ser instalado em poucas horas! Simples e fácil”, conta a arquiteta.

Também na CASACOR Rio, o Quintal, de @mauricionobregaarquitetura, conjuga café e livraria. Construído em três contêineres, o espaço ganhou revestimento de pinus de reflorestamento, inclusive nos forros, que ajuda a trazer um ar mais aconchegante aos ambientes. Fotos: @andrenazarethfoto



Ares de campo

O andar superior dessa cobertura no bairro de Perdizes, em São Paulo, conta com área gourmet integrada com sala de lareira e TV, além de área externa com piscina e dependências de serviços. As arquitetas Lívia Dalmaso e Duda Senna atenderam os desejos do casal de moradores, que pediram ambientes acolhedores, com uso de madeira e outros revestimentos naturais, como pedras, ladrilhos e tecidos, porém sem aparência de rústico ou caseiro. Assim, as arquitetas pensaram em reproduzir um chalé de campo ou montanha, mas com detalhes e destaques pontuais. O balcão ilha serve de apoio para a churrasqueira e forno de pizza, e também para receber de forma mais descontraída. O forro em madeira casa perfeitamente com a marcenaria em carvalho americano com detalhes em palha, a cerâmica do piso e as pedras nas paredes.

Fotos: @giselerampazzo




Teto limpo

Para um jovem casal de Salvador, ela designer visual e ele escultor, o escritório @sinta.arquitetura desenvolveu um projeto contemporâneo porém com um leve toque clássico, já que os clientes têm uma relação afetiva com a Itália e queriam que isso fosse marcado no apartamento. A amplitude da sala permitiu atender a um pedido do casal: uma rede na sala! O teto é pintado e os arquitetos tiveram o cuidado de ter um resultado limpo, com pouca informação, distribuindo pontos de iluminação difusa para ter uma luz mais distribuída e uniforme. Luzes pontuais, como abajur e arandela do sofá, criam um ambiente mais intimista quando utilizadas.

Fotos: @tarsofigueira




Estrutura aparente

O apartamento da arquiteta @gabriellamachadoarquitetura e seu marido, em Salvador, foi planejado para ter uma atmosfera de casa e para aproveitar a bela vista do mar da Baía de Todos os Santos, que se descortina de todos os ambientes. Um dos principais desafios foi conseguir um pé-direito alto, convergindo para a desejada sensação de estar em uma casa. Para alcançar esse objetivo, as vigas estruturais do apartamento foram expostas e receberam uma iluminação indireta, que valoriza o aspecto bruto do concreto. Móveis de design, paleta neutra e de cores claras, para trazer leveza e muita luminosidade natural, completam o ambiente.

Fotos: @gabriela.daltro




Inspiração modernista

O casal de clientes solicitou às arquitetas da @piuna.arq uma casa onde pudessem se aposentar e viver confortavelmente a melhor idade, receber a família e amigos. Construído em Umuarama, Paraná, o projeto valorizou o uso de materiais naturais, atemporais, que “envelhecem” bem com o passar do tempo. A sala de jantar, o estar e a churrasqueira ocupam o grande vão sob a laje de concreto aparente, com ambientes totalmente integrados entre si e com a área externa da casa. Os principais materiais empregados na casa são o concreto aparente, madeira no forro e pedra natural, uma construção de influências modernistas (grandes vãos livres, materiais naturais e aparentes, integração externo x interno).

Fotos: @omanuelsa




Integração de ambientes

Neste apartamento duplex em São Bernardo do Campo, a arquiteta Suellen Volpert Manochio, do @estudiovolpertarquitetura, o living foi totalmente integrado com o espaço gourmet, área do bar, jantar e estar com adega. Após a integração dos ambientes, as vigas em concreto foram deixadas aparentes, se destacando em meio ao forro de madeira.

Fotos: @rafaelrenzo_fotografia




Teto do futuro

Lançado em 2020, o Teto Vinílico, fabricado pela Araforros, líder nacional na fabricação de superfícies vinílicas para teto e parede, reúne design criativo, sustentabilidade e praticidade na aplicação. O produto já paginado, sem repetição entre as réguas, traz a beleza da madeira oferecendo durabilidade e resistência. Sustentável, leve e fácil de aplicar, não necessita de manutenção e não propaga chamas. Oferece ainda garantia de 10 anos, com durabilidade superior a 20 anos.

A linha Jungle Doma é uma collab da Teto Vinílico com a arquiteta Patricia Pomerantzeff, da @domaarquitetura. Inspirada na essência da madeira clássica e atemporal, traz conforto estético e confere naturalidade aos espaços. Foto: Vanilla Fotografia



Com grafismos suaves e variações na coloração, a linha Origens é uma homenagem

as madeiras clássicas. A reprodução exata de elementos rústicos traz uma estética

natural ao ambiente. O Origens Carvalho compõe o ambiente da arquiteta @barbaradundes. Foto: @marcoantoniofoto


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