Confira as dicas das arquitetas Paula Passos e Danielle Dantas e descubra como utilizar o acabamento no seu projeto de interiores

Neste projeto, a proposta era um living com piso de madeira. Para harmonizar, as arquitetas optaram pelo rodapé MDF pintado na cor esmalte sintético branco fosco, que acompanhou também as paredes e guarnições. Projeto Dantas & Passos Arquitetura. Foto: Maura Mello
Muitas vezes despercebido, mas sempre marcando presença. Você sabe por que aplicar rodapés nas paredes? A resposta é simples: todas as paredes precisam de um acabamento funcional e um detalhe estético que contribua para o projeto de arquitetura de interiores.
Para Danielle Dantas, arquiteta e sócia de Paula Passos no escritório Dantas & Passos Arquitetura, os rodapés auxiliam no intuito de camuflar possíveis imperfeições decorrentes das junções entre paredes e pisos, além de evitar infiltrações e o acúmulo de sujeiras. “O recurso é importantíssimo para evitar os ‘machucadinhos’ que podem aparecer em colisões.
Quem nunca bateu uma vassoura no canto da parede ou mesmo em um móvel? Dessa forma, o rodapé reúne o útil ao agradável quando protege e adorna. Podemos lançar mão de diversos materiais, cores e estampas”, explica a profissional.

Neste lavabo, as profissionais partiram para uma das opções mais usadas na arquitetura de interiores: lançaram mão do mesmo material do piso para a execução do rodapé. Junto com a harmonia estética, a proteção dos cantos dentro de uma área que pode ser lavada com tranquilidade, sem o risco de infiltrações. Projeto Dantas & Passos Arquitetura. Foto: Maura Mello
As profissionais elaboraram um passo a passo de como aplicar o rodapé. Acompanhe:
Indicado para qualquer projeto, a escolha do melhor rodapé pode variar. Para a definição, as experientes arquitetas discorrem sobre a necessidade de conhecer os tipos de materiais existentes no mercado. Além da clássica predileção por usar o mesmo material do piso, outras sugestões consistentes são o PVC, poliestireno ou o MDF. Além disso, existem materiais que oferecem soluções específicas para cada cliente, desde os clássicos até mesmo os rodapés de perfil com luz, que podem ser utilizados especialmente para trazer destaque em um ambiente. De acordo com a arquiteta Paula Passos, o rodapé 444 também é um dos mais utilizados. “Clássico, sua linha é composta por produtos como guarnições, rodameios, rodatetos, entre outros, que são ecológicos e sustentáveis. Já os rodapés metálicos podem ser utilizados para trazer luz em um cômodo específico e são muito resistentes aos impactos do dia a dia”, explica.
Tamanho certo
Não existe uma altura correta para rodapés! Mas, dependendo do desenho, alguns podem se tornar mais sofisticados e modernos, direcionando também a altura ideal. “Um rodapé mais baixo permite que a atenção esteja mais voltada para o piso, enquanto a aplicação dele em uma altura mais elevada acaba se destacando, deixando de ser apenas um detalhe”, informa Danielle. Como parâmetro, as arquitetas atribuem uma altura entre 15 a 20 cm, mas tudo depende do pretendido para cada projeto.
Cuidados
Um dos principais cuidados está relacionado às áreas externas. Para ambientes abertos, é necessário inserir rodapés impermeáveis, que são geralmente do mesmo material do piso, como as pedras naturais e porcelanatos ou de PVC. Ainda do lado de fora, se o conceito estiver relacionado à madeira, a indicação é trabalhar com a madeira naval, que dispõe de tratamento para resistir à umidade. “Nossa sugestão é sempre evitar acabamentos mais frágeis na especificação dos rodapés em áreas úmidas ou de grande circulação”, indica Danielle. Além disso, é importante verificar se o item não necessita de manutenção e limpeza diária, principalmente os pintados.

Na cozinha, o rodapé foi realizado com o mesmo material do piso, dando um arremate ao ambiente. Projeto Dantas & Passos Arquitetura. Foto: Maura Mello
E os rodapés invertidos?
Anote as orientações e dicas de Danielle Dantas e Paula Passos da Dantas & Passos Arquitetura
Os rodapés invertidos, também chamados de rodapés negativos, diferenciam-se dos modelos tradicionais, que são aplicados sobre as paredes já construídas. Nesse sistema, um recorte é feito na base da parede ainda durante a construção, criando um efeito visual moderno. Além de trazer um toque contemporâneo ao ambiente, essa solução proporciona leveza às paredes, dando a impressão de que elas estão flutuando.
Mas como esse efeito é obtido? O processo envolve a criação de rasgos na parede, onde são fixadas cantoneiras metálicas embutidas, garantindo um acabamento clean e elegante. Porém, para um resultado impecável, é fundamental definir o uso desse tipo de rodapé já na fase inicial do projeto arquitetônico e de decoração, pois, ao contrário dos rodapés tradicionais, sua instalação deve ser feita durante a construção das paredes.
Entre as principais vantagens do rodapé invertido estão a sensação de amplitude, especialmente em espaços menores, e a estética minimalista que valoriza o ambiente. As cantoneiras metálicas utilizadas possuem um custo acessível, mas a instalação exige mão de obra especializada, o que pode impactar o orçamento. A desvantagem, na nossa opinião, fica por conta da limpeza e cuidados extras, pois a base recuada tende a acumular mais poeira e devido a estética diferenciada fica mais evidente. Os rodapés invertidos podem ser aplicados tanto em áreas internas quanto externas e podem, ainda, ser combinados com iluminação embutida, acentuando o efeito flutuante das paredes e ampliando a sensação de profundidade nos ambientes.

No apartamento integrado, o rodapé que acompanha todo o piso da cobertura se tornou um complemento sofisticado para o jardim vertical posicionado ao lado da adega. Projeto Dantas & Passos Arquitetura. Foto: Maura Mello
Dantas & Passos Arquitetura
@dantaspassos.arquitetura
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