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Repertório e memórias afetivas

  • Foto do escritor: Redação
    Redação
  • há 11 horas
  • 6 min de leitura

No lobby do Amado Hotel na CASACOR São Paulo 2025, ambiente do arquiteto Gabriel Figueiredo e do designer de interiores Fabricio Frezza na mostra, os profissionais revisitam histórias e reverenciam a preservação da arquitetura do Parque da Água Branca em um projeto sensorial e poético


Frezza & Figueiredo Arquitetura e Interiores @frezzaefigueiredo

Fotos: Carolina Mossin @carolinamossinfotografia


O Amado Hotel concentra cinco ambientes que compõem o lobby intimista e maximalista de um hotel boutique.



Após o grande sucesso em quatro participações em edições realizadas em Ribeirão Preto, o escritório Frezza & Figueiredo Arquitetura e Interiores celebra sua estreia na CASACOR São Paulo 2025 com um projeto que é uma verdadeira viagem ao tempo. Tendo como um dos pilares de atuação projetos que resgatam a memória e trazem novos ares a imóveis antigos, entre eles, sedes de fazendas, o arquiteto Gabriel Figueiredo e o designer de interiores Fabricio Frezza levam para a maior mostra de arquitetura, design e paisagismo das Américas o Amado Hotel, uma proposta de ocupação inteligente que enfatiza a relevância do passado como norteador fundamental para a construção de um futuro mais afetivo e humano.

O ponto de partida para o projeto foram as memórias afetivas do próprio Gabriel, que, quando criança, costumava visitar com os pais as exposições agropecuárias realizadas no Parque da Água Branca, local que recebe a 38ª Edição da CASACOR São Paulo. Assim, o ambiente tira partido da história do espaço para apresentar um lobby intimista, aconchegante e repleto de detalhes que convidam os visitantes a mergulharem no universo de um imaginário hotel boutique, reverenciando o passado e, principalmente, a arquitetura do parque.


Detalhes mais que especiais: o tapete que estampa grãos de café dialoga diretamente com a região onde vivem e está sediado o escritório do arquiteto Gabriel Figueiredo e do designer de interiores Fabricio Frezza.



Em cada canto, o olhar apurado e sensível é percebido na curadoria de arte, no mobiliário e na seleção de objetos.


“O ambiente tem bossa, é chique e, ao mesmo tempo, questionador. Ele faz uma crítica ao descarte de tudo: dos materiais, do legado histórico, da memória. Ao longo do percurso, criamos aberturas para esses questionamentos e para a reflexão sobre como entrelaçamos o passado e o presente – e como isso se reflete no nosso futuro”, explicam os profissionais, em um convite para que os visitantes estejam atentos e abertos para desfrutar tudo o que o Amado Hotel apresenta para, dessa maneira, participarem dessas reflexões.


Cinco espaços em um ambiente

Com 50 m² distribuídos ao longo de uma galeria de 16,7 m x 3 m, o Amado Hotel foi concebido como um lobby, com referência Art Déco, que recebe e acolhe seus hóspedes com conforto e estilo. O ambiente conta com cinco espaços setorizados por uma sequência de arcos que delimitam visualmente cada um deles e que também está presente na arquitetura dos prédios do Parque da Água Branca, inaugurado em 1929.

Logo na entrada, a recepção dá as boas-vindas aos visitantes. Junto à escrivaninha e ao porta-chaves, destaca-se o retrato “O Menino Chamado Amado”, de autoria desconhecida, que homenageia o garoto cujo nome batiza o ambiente: uma criança negra retratada por um pintor Itinerante que passou pela fazenda onde ela vivia com os pais, nos anos 1950. A pintura, adquirida originalmente pela mãe de Gabriel, integra o acervo pessoal dos profissionais, assim como cerca de 100 das 126 obras curadas por eles e expostas no ambiente. Entre elas, estão pinturas, desenhos, aquarelas, gravuras, fotografias e demais peças de garimpo.


Na recepção, entre itens de arte e decorativos, o quadro que inspirou o nome do ambiente: “O Menino Chamado Amado”, de autor desconhecido, mas que marcou a infância do arquiteto Gabriel Figueiredo.


“Temos também um guache de autoria de Antônio Gomide, artista que assina os vitrais com linguagem Art Déco e motivos rurais instalados na entrada do Parque da Água Branca”, acrescentam Frezza e Figueiredo, em mais um exemplo de exaltação à história e à memória do local. Na parede oposta, um móvel com espelho exibe os itens da lojinha fictícia, reforçando a atmosfera de um hotel boutique. O pendente Lanterna Max (Cris Bertolucci), inspirado nas tradicionais lanternas orientais com cúpula de algodão, traz uma sensação de aconchego e reforça a referência ao Art Déco, presente desde a recepção até os demais espaços do Amado Hotel.

Na primeira galeria, logo após a recepção, as cortinas romanas com xales de linho (Amorim Cortinas), que se repetem simetricamente nas demais portas, demarcam as áreas de circulação, enquanto o ventilador de teto de palha de buriti envelhecida (Vent Decor) compõe com o tapete da linha Revolution (By Kamy), cuja estampa remete aos grãos de café, em uma referência ao universo agrícola. Seguindo a simetria do espaço, o mesmo tapete aparece na galeria dois, após o lounge bar, mas com as cores invertidas, quebrando a previsibilidade e evitando totalmente o desperdício no uso da matéria-prima.

Entre as duas galerias está localizado o coração do Amado Hotel: o lounge bar. Projetado como espaço de permanência, traz dois conjuntos com banco, mesa e cadeiras (Deccora Casa), espelhados em um dos lados da galeria. Sobre eles, as cortinas de junco (A Morada Cortinas) entreabertas simulam a presença de uma janela, transformando as obras de arte em uma espécie de paisagem.



No lounge bar, um ambiente acolhedor e propício ao estar. A atmosfera cria a sensação de estar em casa e a oportunidade de contemplar as obras selecionadas para o gallery wall, bem como todo o acervo de objetos. Ao fundo, pendente Lanterna Max, de Cris Bertolucci.



Entre as mesas, vê-se a cômoda de madeira (Deccora Casa), elemento principal do espaço, que remete ao mobiliário antigo e cumpre a função de bar de autosserviço, onde os hóspedes podem preparar seus próprios drinks. À frente dela, o sofá datado entre os anos 1940 e 1950, revitalizado com veludo bege (Branco.casa), convida ao relaxamento.


O espaço central é aquecido pelo tapete Amado, da linha By Kamy Verde, confeccionado com retalhos e desenhado por Frezza & Figueiredo juntamente com a By Kamy, especialmente para o lobby. A luz indireta e cênica, proveniente de luminárias com luz filtrada, arcos precisamente iluminados, e das sancas que jogam a luz para o teto – projeto de Filippo Giorgi (Lucenera) –, contribui trazendo calma e bem-estar para o espaço.


Seguindo pelo lobby e passando pela galeria dois, chega-se ao hall de entrada. “Ele também cumpre função de receber a todos, permitindo diversos circuitos de visitação entre os ambientes da CASACOR São Paulo”, destacam os sócios do Frezza e Figueiredo. Coberto por tapete e espelhando o pendente da recepção, o hall destaca a fauna e flora na seleção das obras de arte nas paredes.



A partir desse conjunto de detalhes, o Amado Hotel resgata formas, texturas, cores e estampas vintage até mesmo em todo mobiliário novo (Deccora Casa), juntamente com os tecidos e papeis de parede (Branco.casa), reforçando o caráter datado do ambiente e dialogando com a natureza exuberante que envolve o parque e, ao mesmo tempo, valorizando a arquitetura original do prédio. O piso original de granilite foi preservado e protegido pelos tapetes que recobrem os ambientes, ficando à mostra apenas em pontos onde não há circulação. Já a paleta de cores, com predominância dos tons de marrom e amarelo queimado, faz referência direta às fachadas dos prédios do Parque da Água Branca.


“As nossas referências para o projeto partem da memória e das lembranças do passado. A surpresa de alguns em relação a elas demonstra o quanto as pessoas estão, de fato, se distanciando e deixando de dar atenção à história e ao que se eterniza. São esses os estímulos, questionamentos e provocações que desejamos instigar – e esperamos conseguir –, pois queremos que ninguém entre ‘armado’ em um ambiente chamado Amado”, conclui a dupla do escritório Frezza e Figueiredo.


Frezza & Figueiredo Arquitetura e Interiores

Fornecedores:

A Morada Cortinas (cortinas): @a_morada

Amorim (cortinas): @amorimcortinas

Bendito Garimpo (escrivaninha): @benditogarimpo_

Biasa Home (vasos e objetos de decoração): @biasahome

Branco.Casa (papel de parede e tecidos): @branco.casa

By Kamy (tapetes): @bykamy

Coral (tintas): @tintascoral

Cris Bertolucci (luminárias): @cristianabertolucciestudio

Deccora Casa (mobiliário e objetos de decoração): @deccoracasa

Família Vende Tudo (Sofá e cômoda com espelho): @vende_tudo_familia

Filippo Giorgi |Lucenera (projeto iluminação): @lucenera_atelier

Mônica Costa (paisagismo): @monicacostapaisagismo_

Vent Decor (ventiladores): @ventdecor




CASACOR São Paulo 2025

Onde: Parque da Água Branca - Rua Dona Ana Pimentel, 37 portaria G4 do PAB

Quando: de 27 de maio a 03 de agosto de 2025

Horário de funcionamento do evento: de terça-feira a domingo, das 11h às 21h

Horário da bilheteria: de terça-feira a domingo*, das 11h às 19h




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