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Foto do escritorLuiza Oliva

Um mundo de cores

Por menos beges e cinzas! No pós-pandemia, as cores ganharam mais espaço no design de interiores, funcionando como aliadas do aconchego e da beleza. Vibrantes ou suaves, há lugar para todas. Inspire-se em nossa seleção de projetos.


Gustavo Scaramella

@gustavoscaramella


Para o arquiteto Gustavo Scaramella, grande parte dos clientes ainda tem bastante resistência ao uso de cores na decoração. “Há principalmente o medo de enjoar. Acredito que nós, como profissionais, temos a função de educar, de mostrar novas possibilidades para os clientes e de encorajá-los”, diz.



O conceito desse projeto teve como inspiração os anos 1960/70 e o modernismo brasileiro. A madeira pau ferro deixou o espaço elegante e forte. A laca acetinada em verde na marcenaria dá um tom sóbrio ao ambiente. Gustavo Scaramella brincou com o tapete cor de rosa, trazendo um elemento surpresa e suavizando a decoração. “O vermelho e o verde são cores opostas e sempre funcionam. Gosto de brincar com as variações do vermelho, como o rosa”, conta.

Fotos: Bia Nauiack


Gustavo opina que o fato do morador se cansar de um ambiente está mais ligado a ele se identificar ou não com a decoração. Por exemplo, se uma pessoa ama vermelho é maior a chance de ela enjoar das paredes pintadas de bege do que se elas fossem vermelhas. “O espaço ficará sem personalidade.” E, se ela optar pelo vermelho e não gostar, não é tão complicado repintar a sala. “Trocar cores das paredes, substituir tecidos ou papeis de parede são processos relativamente simples”, pontua o arquiteto.


Por outro lado, Gustavo comenta que remendar um ambiente totalmente neutro apenas colocando algumas almofadas coloridas não terá um bom resultado. “As cores ou estampas podem ser usadas pontualmente. Mas prefiro que sejam em grandes elementos, como um sofá, um tapete, uma cortina ou parede. O que precisamos fazer é extrair do cliente qual a sua cor chave para que ele se sinta mais seguro em encarar esse tipo de decoração.”


O arquiteto orienta ainda que é possível usar com excelentes resultados tons suaves, e nem sempre os vibrantes. “Eu por exemplo adoro um azul acinzentado clarinho, acho uma base bonita para receber outros tons considerados neutros, trazendo mais bossa para o espaço”, explica.


Fotos: Bia Nauiack



Na Casacor Paraná 2023, Gustavo Scaramella assinou o Manifesto Deca, em que rompeu os padrões dos SPAs tradicionais. Assim, o projeto traz uma nova perspectiva para espaços de descompressão – tanto em formas quanto em cores.




Cacau Ribeiro 

@cacauribeirointeriores

Fotos: Keniche Santos


Cores vivas e texturas naturais dão o tom à Cozinha Colorida, projeto da designer de interiores Cacau Ribeiro em Ribeirão Preto. Os clientes buscavam uma sensação de tranquilidade e acolhimento, desejo atendido por Cacau.



O piso remete às cerâmicas antigas e ganhou rodapé de porcelanato (ambos Casa Rara). A bancada gourmet tem tampo em quartzo (Belartte), com uma mesa acoplada. As cadeiras são da Oppa Design e o lustre rústico é trançado a mão e foi trazido da Amazônia. A marcenaria sob medida foi executada pela Florense. O destaque é para o tom coral com acabamento que remete ao lambri.



Na varanda, o piso em cimento queimado é de fácil manutenção. O mobiliário rústico, com tons naturais, abre espaço para os alaranjados nos detalhes. As esquadrias são da Espadari e iluminação da Lucenera com spots embutidos no gesso.




Cristiane Schiavoni

@cristianeschiavoni


A arquiteta Cristiane Schiavoni, à frente de seu escritório homônimo, salienta que é preciso conhecimento e cuidado para especificar cores no design de interiores. “Em se falando de cores, precisamos compreender a sua dinâmica e definição, pois elas exercem um impacto significativo no ambiente”, explica.


Para contrapor o vermelho escarlate do sofá, a arquiteta Cristiane Schiavoni montou um gallery wall que reúne pinturas abstratas com cores análogas para não tornar o contraste entre o móvel e a parede branca tão agressivo. Foto: Sidney Doll



O azul elétrico permeia a sala de estar deste apartamento, que teve seu contraste com o sofá cinza. Para completar, a arquiteta Cristiane Schiavoni ainda inseriu, em pequena escala, o laranja e o rosa nas almofadas, e o verde nas mesinhas de apoio. Foto: Carlos Piratininga



A seleção das cores tem impacto direto na percepção das pessoas. “Se o objetivo é conceber um ambiente tranquilo, cores como o amarelo vibrante ou o vermelho não são as mais indicadas”, diz a arquiteta. Em vez disso, um amarelo mais ‘fechado’, como o mostarda, é o melhor caminho quando o intuito é prover uma atmosfera de calma. “E claro, o azul, lilás e roxo são aliados do décor por seu efeito relaxante, complementa.


De acordo com a arquiteta, no desenvolvimento do projeto toda a atenção é voltada para que a aplicação da paleta mais acentuada não se torne monótona e um problema para o décor de interiores. “Um ambiente monocromático se torna sufocante para o morador. Muito se exaltam os tons neutros como uma proposta inofensiva, mas viver em um quarto todo branco é extremamente agressivo para o ser humano”, revela.


Neste dormitório localizado na praia, a arquiteta Cristiane Schiavoni investiu no amarelo vibrante para recobrir as paredes. Foto: Rafael Renzo



Para se trabalhar com cores vibrantes, a profissional sugere sempre consultar o círculo cromático como um meio seguro de explorar misturas elegantes. “O magenta combina muito bem com o amarelo, assim como o azul com o laranja”, cita. Entretanto, ela lembra que não existem regras rígidas e nem sempre as cores complementares são a melhor pedida. “As associações análogas são interessantes quando a intenção do morador é uma decoração mais discreta e com menos contrastes”, acrescenta.


Um erro comum apontado pela profissional está em olhar apenas para as paredes, uma vez que todos os elementos do ambiente têm impacto: piso, mobiliário, cortina, almofadas e até os objetos decorativos. Por isso, ao definir as cores das paredes, é preciso considerar o conjunto para garantir um ajuste perfeito.



Carol Gotsis Arquitetura e Interiores

@carolgotsisarquitetura

Fotos Gustavo Awad


A jovem e autêntica cliente da arquiteta Carol Gotsis queria que seu primeiro apartamento contasse uma história, com espaço para ela expôr seus itens de viagens. “Ela queria um grande centro de encontros da família e amigos, em um estilo novaiorquino com toques vintage”, lembra Carol.



O primeiro item comprado para a obra foi o revestimento Aranjuez Verde 20x20 da Colormix, utilizado na rodabanca da cozinha. “A partir dele criamos toda a paleta do apartamento. A cor telha foi uma solicitação da cliente: ela aparece no revestimento embaixo da bancada da cozinha (Terralma Riviera da Portobello), no piso do lavabo da Colormix, no fundo do papel de parede da estante.” 


Na sala, o painel verde conversa com o revestimento da cozinha, enquanto o terracota está presente também na poltrona. “O bacana é que, para onde você olhar, encontrará diálogo, as mesmas cores. Isso é muito importante quando falamos do uso de cores”, diz Carol. As bancadas foram feitas em quartzo branco para contrastar com as cores mais intensas da marcenaria e dos revestimentos.


No lavabo, o papel de parede foi escolhido para lembrar uma tapeçaria e brincar com a textura dos tijolinhos no piso e o Guatemala (porcelanato grandes formatos da Roca) na bancada.



Nos quartos, o tom base é o azul, seja no banheiro da suíte principal ou no escritório. “Esse tom foi pensado propositalmente no escritório porque os clientes são psicólogos. Eles precisavam de um fundo que trouxesse mais tranquilidade e ao mesmo tempo transmitisse a energia artística deles. Por isso o azul mais fechado, mais estiloso”, conta.





Carol Kutika da Cacau Arquitetura

@cacau.arquitetura

Fotos @lemoraes06


No Studio Virtue, a arquiteta Carol Kutika, da Cacau Arquitetura, venceu o desafio de transformar o apartamento em um AirBNB acolhedor, porém reaproveitando os materiais entregues pela construtora. “Usamos todos os pontos existentes de elétrica e hidráulica e brincamos com as cores e a marcenaria. Fomos criativos com a marcenaria planejada e a pintura, para que o projeto tivesse aquele toque de autenticidade que o nosso escritório busca”, conta Cacau, que acredita muito no poder e uso das cores para transformar um espaço. “Busquei tons que saíssem do óbvio, já que quando pensamos em um espaço que ofereça tranquilidade, costumamos associar a cores mais claras.”



No armário do quarto, Cacau usou um tom mais alaranjado, o MDF Tijolo da Guararapes. Os puxadores libélula dourado deram um toque de personalidade à marcenaria.


Os armários amadeirados são em MDF Curupixa da Guararapes. “Um pigmento amarelado que enaltece o laranja e a parede Geleia de ameixa da Suvinil”, diz. A cabeceira recebeu um toque calmo de verde, com o MDF Sálvia da Arauco. Nas paredes e teto, Cacau optou pelo Papel picado da Suvinil, e a entrada do studio foi destacada com o Geleia de Ameixa.





Estúdio Minke

@estudiominke

Fotos: Maura Mello



Um projeto de 200m2 em Higienópolis, São Paulo, com características marcantes dos apartamentos do bairro. O amplo imóvel foi totalmente transformado e ganhou cores e materiais fresh no projeto do Estúdio Minke, assim como de cores na paleta entre o céu e o mar, motivo do nome da Ilha mediterrânea que o batiza.


A reforma foi completa com reconfiguração da planta: tudo foi renovado, da hidráulica e elétrica a revestimentos e layout. O Apê Milos chama atenção e carrega particularidades marcantes do estúdio.




Marca da natureza

O foco do Apê Cipó, do Estúdio Minke, foi transmitir a sensação de mata para o espaço urbano. As soluções para o apartamento de 268m2 localizado no Alto de Pinheiros foram pensadas para uma família que adora paisagismo, ar livre, aventura e arte. Grafismos se misturam à vegetação para provocar uma sensação lúdica e de relaxamento.


Cozinha em tons pasteis é integrada ao jantar. Estante vazada delimita o estar.

Fotos: Maura Mello



Até mesmo o momento de escalada foi contemplado, deixando claro que a integração com a natureza é total no dia a dia e contexto dos moradores. O apartamento teve completa reestruturação do layout, com mudança estrutural e demolição.


Diversos tons de verde: marca do apartamento Cipó.



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